Aprendizagem sobre os resíduos sólidos: Ao coletar materiais, os jogadores aprenderão sobre:
A classificação dos resíduos sólidos: de acordo com a NBR 10.004 da ABNT, que os divide em duas classes: perigosos (classe I) e não perigosos (classe II). Os resíduos não perigosos são subdivididos em não inertes (classe II A) e inertes (classe II B). Ao qual poderá ser aprofundado pelo professor. Mais informações, constam-se nas referências em Dica de Leitura.
Tipos de reciclagem: mecânica (Transforma a estrutura física do material, sem alterar sua composição química), energética (converte resíduos em energia térmica e elétrica) e química (quebra substâncias em seus componentes originais). Destacando que a reciclagem também pode ser classificada como primária, secundária e terciária.
Também, tem-se como elemento educativo a explicação sobre a composição e material de origem dos resíduos: como papel (composto principalmente por celulose, isto é, um polímero natural extraído de árvores, plantas ou reciclado de papel - na reciclagem estarão dispostos branco; colorido; revista), caixa de papelão, ferro (fundido, lata), plástico (PET, PEAD, PP), vidro, entre outros. Todos poderão ser aprofundados pelo professor em sala de aula. Mais informações, poderão ser acessadas em: Dica de Leitura
Realidade Material: ainda, o estudante se aproximará da realidade dos catadores de materiais recicláveis, ao qual, precisam compreender a tipologia de cada material para a seleção/separação para que estes, possam ser vendidos. Visto que, quando mais separados, "melhor o valor", principalmente, porque cada material, possui valores diferentes, de R$ 0,05 centavos (vidro) a R$ 7,00 reais (Metal e cobre) por quilograma, os valores tem como base real do valor pago aos catadores de materiais recicláveis no Brasil.
O impacto dos resíduos sólidos no Meio Ambiente no Brasil
Para discutir com os estudantes sobre os resíduos sólidos e sua relação com o jogo digital Remember-me, é importante entendermos que o descarte inadequado de resíduos sólidos no Brasil tem causado graves danos ao meio ambiente, afetando ecossistemas terrestres e aquáticos. Um dos problemas mais críticos é o descarte ilegal de agrotóxicos, que contamina solos, lençóis freáticos e rios, ameaçando a biodiversidade e a saúde pública. Em regiões agrícolas, como o Mato Grosso e o Paraná, o acúmulo desses resíduos tóxicos já foi associado à mortandade de peixes e ao surgimento de doenças em comunidades rurais, evidenciando a urgência de políticas mais rígidas de fiscalização e logística reversa.
Além dos agrotóxicos, o Brasil sofre com o lixo marinho proveniente de outros países, que chega às praias através de correntes oceânicas. Toneladas de plásticos, redes de pesca abandonadas e resíduos eletrônicos são encontrados no litoral nordestino e na região amazônica, prejudicando a vida marinha e o turismo. Estudos indicam que parte desse lixo vem de navios estrangeiros que descartam ilegalmente seus resíduos em águas internacionais, mas que acabam sendo carregados para a costa brasileira, exigindo cooperação global para combater o problema.
A falta de gestão adequada dos resíduos sólidos no Brasil agrava ainda mais esses desafios, com lixões a céu aberto e aterros irregulares liberando metano e substâncias perigosas no ar. Enquanto o país avança lentamente na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é fundamental ampliar a reciclagem, a educação ambiental e a responsabilização de empresas e governos para reduzir os impactos. Caso contrário, os prejuízos à natureza e às futuras gerações serão irreversíveis.
Sendo o Remember-me um jogo digital também regional, ao ser aplicado em Ponta Grossa Pr, é válido situar os estudantes sobre a realidade de sua região
Isso, porque, por exemplo, em Ponta Grossa - Pr, a gestão de resíduos sólidos enfrenta desafios críticos, como evidenciado pelas notificações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em 2017, que apontaram irregularidades no Aterro do Botuquara. Segundo o Ministério Público, o local era impróprio para receber lixo devido à falta de controle adequado de chorume e vazamento de resíduos, representando riscos ambientais e à saúde pública. Essa situação expõe a fragilidade da infraestrutura local para lidar com os resíduos urbanos, especialmente em uma cidade que, à época, não tinha um sistema de coleta seletiva abrangente (Ponta Grossa, 2017).
A reciclagem surge como uma solução urgente para reduzir a pressão sobre aterros como o Botuquara, além de gerar emprego e renda para cooperativas de catadores (atualmente quatro associações de catadores, ACAMARO, ACAMARUVA, ACAMARU, AREP). Em Ponta Grossa, a conscientização sobre a separação correta do lixo ainda é limitada, e muitos materiais recicláveis acabam misturados ao lixo comum, agravando o problema do descarte irregular. Programas de educação ambiental e a ampliação da coleta seletiva são essenciais para mudar essa realidade, mas exigem investimento público e participação popular.
O debate sobre resíduos em Ponta Grossa também deve considerar a consciência de classe e o racismo ambiental, já que os impactos do descarte inadequado atingem principalmente comunidades periféricas. Enquanto bairros mais ricos têm maior acesso a serviços de limpeza urbana, áreas carentes sofrem com acúmulo de lixo e contaminação, reforçando desigualdades sociais. A luta por justiça ambiental na cidade precisa incluir a voz dos catadores e moradores das zonas mais vulneráveis, transformando a gestão do lixo não apenas em uma questão ecológica, mas também de equidade.
Noticiais reais que podem ser utilizadas como exemplo prático
Uma equipe formada por 14 garis, com o auxílio de seis caminhões e uma retroescavadeira, atuou no mutirão para a retirada dos focos de lixo no local. O DMLU realiza a limpeza dos pontos críticos dessa localidade periodicamente. Mensalmente, são retiradas cerca de 40 toneladas de resíduos da área (Silva; Brasil, 2024).
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos já realizou a limpeza em 26 ruas com o sistema hidrojato, somente em 2023. No ano anterior, foram mais de 200 desobstruções, incluindo a retirada de lixo e outros volumes que impedem a passagem das águas pluviais pelo sistema de captação de água (DC+, 2023).
Apenas nesse ano a Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SMSP) já retirou mais de 27 mil quilos de entulho de 19 arroios. Entre os materiais encontrados, constavam itens como pneus, pias, grades enferrujadas, sacolas com lixo doméstico, resíduos de construção civil, sofás, entre outros (CC, 2017).